Há dias que tento, on-line, buscar informações sobre o atual Centro de Excelência “Professor João Costa” com fins de criar um videodocumentário de pouco mais de três minutos acerca de sua fundação, em 02 de março de 1970. Nada. A escola é invisível para os sergipanos e o mundo. Nem mesmo uma cópia do decreto de criação da instituição se encontra na web. Muito triste. Inaceitável sobretudo nos dias de hoje em que o trivial da existência humana é vitrine à exposição de todos em qualquer parte do planeta, a tempo e horas que melhor lhes convier. Quando o passado não se mostra aos que, no presente, cruzam caminhos em vaivéns cotidianos, a vida se descolore e, aos poucos, míngua em sentidos. Nada somos sem nossas memórias.
As duas únicas referências ao passado do cinquentão Costão foram encontradas em um blog, o primeiro do “João Costa” (sequer sabia que o colégio já havia esboçado uma tentativa de se mostrar online), criado na plataforma Wordpress e editado pelo professor Fernando Antônio (https://costaesilva.wordpress.com/institucional/), e no portal do IBGE (o site reproduz as informações contidas no blog mencionado acima, cujo teor faz menção apenas ao decreto de criação da Escola), que traz uma foto aérea e em preto e branco do antigo Ginásio Estadual “Presidente Costa e Silva” (https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo.html?id=440700&view=detalhes).
É preciso urgentemente registrar não somente nossos momentos de agora, mas sobretudo resgatar agorinhas de outrora para que possamos sedimentar nossa identidade enquanto escola pública a serviço da Educação de nosso Estado e país. Realizamos diuturnamente ações significativas e eventos singulares, mas eles deixam de existir segundos após suas execuções pelo simples fato de ainda não termos desenvolvido a cultura do registro para a posteridade. Não estamos deixando pegadas para que gerações futuras possam buscar o passado como forma de, no presente, se sentir em casa.
É necessário mesmo tomarmos consciência dessa realidade. Que se faça isso hoje, cada um em sua área, da forma que melhor souber ou puder contribuir, mas que se faça. Que se resgate, de igual forma, esse passado que se encontra entocado, por exemplo, em fotografias e áudios antigos, em documentos de arquivos e na memória de muitos ex-professores e ex-alunos da instituição ainda vivos. Que este ano letivo que se inicia seja, em grande parte, dedicado ao resgate e à re(construção) do “Ser Costão”, como há muito vem se propagando entre corredores e salas de aula. Certamente, esse será o melhor presente que o nosso Costão poderá receber em sua festa de 50 anos.
- Que acham?!
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