Erros, gentes e poesia...
- Prof. Heriberto de Souza | Administrador do site
- 25 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de abr.
Por Heriberto de Souza

No final da tarde do dia 22 de março, um sábado, na mesma livraria em que Maria Lúcia Dal Farra lançou, em setembro de 2024, o seu mais do que poético Livro de Erros (Ed. Iluminuras), a Escariz da Jorge Amado do Jardins, aconteceu mais uma Roda de Poesia conduzida pela competente professora Maruze Reis, evento cultural e literário já tradicional em Aracaju que busca promover a apreciação e incentivar a criação literária. Em encontros assim, os participantes podem ler suas próprias criações poéticas, recitar poemas de outros autores ou simplesmente apreciar a leitura e a declamação de poesias.

No centro desta edição de Roda de Poesia, a primeira de 2025, para alegria do grupo ali reunido (composto basicamente de alguns escritores sergipanos, artistas e apreciadores de poesia e literatura), transitava - em pessoa e poesia – inquilina dos vãos e dos interstícios, como assim deve ser todo artista que é – a própria Dal Farra e o seu belo e desejado Erros.
Eu estive lá. Cheguei meio esbaforido, porque bastante atrasado, e cuidei de alojar-me, envergonhado, nas beiradas da Roda. Quando ajeitado a um canto, ouvi a própria Lúcia ler um de seus Erros, acho que era Morte de Minha Mãe, um dos meus preferidos.
(...)
“Sua diáfana suavidade
(tão leve toque de beleza!) não tem bicos que cortem o
coração. Que (no entanto) sangra
rasga o tempo
rui para sempre o corpo feliz e inteiro
a que nos acostumamos a chamar nosso –
de repente alheio
(ignoto)
de repente
indiferente para quem amou.”
(...)
É óbvio que uma anamnese d’alma – imperiosa que nem lembrança boa e farta de orvalho em mato verde de infância, mas que entristece e intumesce de saudade o coração dos que ficam – entranhou-se e estranhou-se em mim.
- Misericórdia, Senhor!
Para me proteger de traiçoeiras emoções desmedidas que se avizinhavam, todas inconvenientes para o momento, preferi não escutar mais nada e cuidei logo de engatilhar minha máquina fotográfica para janelar cada momento daquela já saudosa tardinha e início de noite de um primeiro final de semanal outonal de 2025 quando gentes se reuniram em uma livraria, aqui pertinho de casa, para celebrar, pasmem.., gente que escreve poesia. Para vocês que não estiveram lá, segue o registro fotográfico deste momento.
A Roda de Poesia é um evento aberto ao grande público e de entrada franca.
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