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Manifesto: "Um mar nunca dantes navegado..."

Atualizado: 28 de out. de 2019



As escolas brasileiras, sobretudo as públicas das capitais e das grandes cidades, possuem prédios amplos, com longos corredores, salas e pátios de tamanhos consideráveis, mas inadequadamente utilizados. Quando esses espaços não se encontram em estado de degradação, sujos, pichados ou malconservados, suas áreas são, quase sempre, pálidas paredes pintadas de branco ou de tons pastéis que mais lembram um espaço hospitalar ou casa de repouso, “clean”, sem vida nem movimento. Um verdadeiro desperdício!


Aproveitamos mal o espaço de que dispomos. As incontáveis portas das numerosas salas ou dos cômodos administrativos, por exemplo, invariavelmente nada contém em suas superfícies. Quando muito, um número ou um substantivo comum sobrescrito em seus pórticos, acompanhado de seu respectivo adjetivo, gélidos, disformes, inexpressivos: “Sala 05”, "Diretoria”, “Almoxarifado” …


Quão não seria encantador – e instrutivo, educativo mesmo – transformar a paisagem esbranquiçada de salas e corredores em recantos de arte da palavra, da gravura, da pintura…


Causaria espanto e conforto trocar, por exemplo, a monotonia monocromática do branco imperativo por murais coloridos e multiformes; de igual forma, seria aprazível e educativo sonorizar, harmônica e melodicamente, suas áreas externas tocando uma boa música ou, simplesmente, reservar um recanto artesanal quadrilátero, similar a murais, de parede nua, destinado à troca de recadinhos, mesmo que fossem para aqueles “do coração”.

Tudo isso é plenamente possível. Bastaria, apenas, que se colocasse um velho e inteligente conceito em prática: otimização. Realizar-se-iam milagres quando, mesmo com poucos recursos, mas com criatividade, inteligência, planejamento e boa vontade, fôssemos capazes de interagir nestes vãos que nos cercam diuturnamente.


Assim sendo, uma sala de aula seria muito mais instrutiva e aprazível se, antes de cruzar a soleira de sua porta, lá no alto, o aluno se deparasse com a seguinte inscrição: “Sala Drummond”. E quando se achegasse um pouco mais adentro, ele mergulhasse num mar de palavras lajeado por paredes internas ora a aquebrantar ondas de versos rítmicos sonantes ora a rugir poemas melódicos e harmônicos. E para construir esse mar simples, mas magnificente, precisaríamos tão somente de uma boa ideia na cabeça, tinta e um punhado de pinceis em mãos.



O Cores e Nomes apresenta-se com este propósito: “customizar”, por meio da magia da arte, os amplos vãos em vão de muros, paredes, cantos e recantos de nossa escola, transformando-os em instrumentos de aprendizagem, lazer e entretenimento. Acreditamos que a escola, templo privilegiado da Educação e da Cultura, toda ela deve ser ocupada para servir de instrumento eficaz no longo e gratificante processo de formação e transformação de jovens para o exercício futuro de uma profissão e de uma desejada – embora sempre postergada – cidadania.


Assim, ensejei esse texto sob a forma de um saudável e profícuo manifesto, cujo objetivo precípuo é convidá-los, digníssimos professores e alunos, para navegar por esse mar, nominado de Centro de Excelência “professor João Costa”, imenso, rico, ainda inexplorado, mas plenamente navegável.


— Que me dizem, marinheiros: é possível levantar âncora?


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