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Um movimento literário extravagante: Barroco

Medusa por Michelangelo Caravaggio (1595-1598)


Fonte: Wikipedia (2021).


Michelangelo Merisi Caravaggio, considerado um dos maiores artistas do estilo barroco, foi mestre na arte de manipular o contraste de luz e sombra para obter volume e dramaticidade, este aspecto confere um enorme grau de complexidade à sua obra. De maneira extremamente realista, o aspecto das serpentes entrelaçadas e o olhar tenebroso saltando da órbita representam a lenda mitológica grega em que Medusa, umas das três irmãs Górgonas, transformava com o olhar todo aquele que olhasse para ela. Para enganá-la, Perseu, usou o escudo como espelho e ao refletir, Medusa solta um grito cortante diante do choque ao ver a sua imagem, enquanto isso, Perseu a golpeia cortando a sua cabeça com a espada. Assim, observa-se na pintura retratada, a cabeça deste grande mito grego colada no escudo como arma, uma vez que seu olhar ajudaria a afastar os inimigos petrificando-os em pedra. Além disso, os detalhes marcantes da pintura trazem os olhos assustados, a boca aberta em choque e o sangue vivo escorrendo de sua cabeça, tais aspectos remetem a dramaticidade da obra em destaque. Falando em Barroco no Brasil, temos a figura de Gregório de Matos. Considerado o poeta mais importante do Barroco brasileiro, evidenciado pelo engenhoso jogo de ideias em suas obras. Apelidado de Boca do Inferno, os poemas de Gregório de Matos, principalmente os satíricos, criticam com acidez a sociedade baiana do século XVII. Em suas produções convivem o sagrado e o profano; o divino e o humano; além das angústias motivadas pelos desejos dos prazeres do corpo. Há também a necessidade da busca de Deus e o estilo cultista repleto de jogos de palavras. Observa-se abaixo um dos poemas satíricos de Boca do Inferno:


Triste Bahia! Ó quão dessemelhante Estás e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vi eu já, tu a mi abundante. A ti trocou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando e tem trocado Tanto negócio e tanto negociante. Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que abelhada Simples aceitas do sagaz Brichote. Oh se quisera Deus que de repente Um dia amanheceras tão sisuda Que fora de algodão o teu capote!



Segundo o portal da UOL, Mundo Educação, o soneto foi produzido durante o século XVII sob o contexto Brasil Colônia em que Gregório de Matos manifesta a crítica a partir da exploração colonial que recaía sobre a Bahia a serviço do mercantilismo, comandada por comerciantes e navegadores vindos de vários lugares do mundo para extrair as riquezas ambientais para a metrópole.





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